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Saiba como implementar a rotação de cultura na sua propriedade?
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Saiba como implementar a rotação de cultura na sua propriedade?



Aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente são tendências e a busca de muitos produtores rurais de todo o mundo. No Paraná, a realidade já vem transformando a realidade da produção há algum tempo, principalmente impulsionada pela prática de rotação de culturas.

Até pouco tempo atrás, a monocultura era predominante. Sendo assim, era comum plantar um grão, como soja e, depois da colheita, deixar o solo exposto ou com cobertura de pasto. O avanço na agricultura e nas pesquisas aprimorou as técnicas, mas também a compreensão do sistema de rotação de culturas como o mais eficiente para o solo.

Isso porque, a prática de alternar anualmente espécies vegetais da área agrícola ajudam a recuperar o solo, aumentam a produção diversificada de alimentos, melhora a característica física, química e biológica do solo, ajuda no controle de plantas e doenças, repõe a matéria orgânica do solo e ainda combate a erosão e os efeitos climáticos no ambiente.

A rotação de cultura, além disso, atua como um ponto essencial para a chamada agricultura regenerativa, que ganha cada vez mais força no cenário produtivo. 

O agrônomo e pesquisador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária de Guarapuava, Juliano Luiz Almeida, explica que até mesmo nas regiões mais frias, onde o plantio no inverno era inexistente, a agricultura regenerativa mudou a realidade.

Vimos que a monocultura traz muitas desvantagens. Com uma agricultura regenerativa, pratica-se uma maior quantidade de sequestro de carbono, beneficiando o solo e o ambiente. Vemos agora a importância de termos diferentes tipos de alternativa para produzir grãos, massas, carbono, etc., durante outros períodos cultiváveis, não apenas em uma cultura.

Impactos da rotação de culturas na produção

Ao implementar a rotação de cultura, os benefícios para a produção não são imediatos, pois há um tempo para que o solo e a produção sejam restabelecidos. Pouco a pouco o solo vai se recuperando e aumentando a ciclagem de nutrientes, melhorando as características físicas, químicas e biológicas da terra.

A partir dessa melhoria, já há uma economia real nos gastos com defensivos e outros nutrientes químicos. Ou seja, há um retorno financeiro representado em economia de investimentos ao produtor rural, que também passa a gastar menos com o controle de pragas – mais controlado nas áreas em que a rotação de cultura existe.

Outro ponto positivo é a ampliação da renda dos produtores que, ao invés de produzirem um único grão ao longo do ano, passam a ter fontes de renda extra e diversificadas.

É o fim da monocultura?

O plantio no formato de monocultura não acabou e ao que tudo indica ainda irá perdurar por algum tempo. No entanto, a prática provoca, a longo prazo, uma exaustão no solo e desequilíbrios ecológicos significativos, fazendo com que os produtores acabem gastando mais em fertilizantes e reguladores.

Como implementar a rotação de culturas na propriedade?

Cada propriedade rural conta com especificidades e características únicas. Por isso, implementar a rotação de culturas exige que algumas etapas sejam cumpridas, que passam pela análise de solo, compreensão do clima, escolha de culturas adequadas para a realidade e uma sequência de culturas pré-estabelecidas.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recomenda algumas culturas para a rotação, sendo: Aveia preta - milheto - soja para produção de palha e palhada; Aveia - soja - nabo forrageiro - milho para reciclagem de nutrientes K e N para o milho; Rotação de soja - soja - milho ou soja - milho para controle de doenças da soja.

A Embrapa também recomenda o sistema de plantio direto, pois o mesmo ajuda a alcançar a sustentabilidade dos sistemas agropecuários no Brasil. A sugestão da empresa é que, na implantação e condução do sistema de plantio direto, o sistema de rotação de culturas deve promover na superfície do solo a manutenção permanente de uma quantidade mínima de palhada, que nunca deverá ser inferior a 2,0 toneladas por hectare de matéria seca.

Ao mesmo tempo, para o início do sistema de plantio direto, o produtor rural deve priorizar a cobertura de solo ou então integrar, de maneira planejada, o sistema de rotação com culturas de milho e aveia, por exemplo.

A última dica dos pesquisadores da Embrapa é que durante a escolha do sistema de rotação de culturas, seja dada uma atenção especial às exigências nutricionais das espécies escolhidas e à sua capacidade de extrair nutrientes do solo.

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